terça-feira, 25 de agosto de 2009

Um dia eles se vão...

Nesse domingo faleceu o vô de um grande amigo meu. O seu João, a quem eu também chamava de vô, era um senhor muito querido, prestativo e amigo. Gostava muito de cumprimentá-lo, com aquele jeito só dele. Ele lembrava muito o meu avô, que morreu em 2004.
E com morte vem aquela coisa, velório, muito choro, o enterro. Toda aquela cerimônia de despedida que faz eu me sentir completamente impotente. O que eu poderia falar para a mãe do cara? Ela tinha acabado de perder o pai. O que eu poderia falar para a minha mãe quando ela perdeu o pai dela, e 8 meses depois, a mãe?
Morte é uma coisa da vida, ninguém escapa e pode vir a qualquer momento. Lembro que quando meu vô estava doente um colega me falou que ele já tinha cumprido a missão dele, tinha criado sua filha e visto seus netos crescerem, e que quem vem primeiro tende a ir embora primeiro. É um pensamento racional, realmente não tem o que fazer para mudar isso.
Quando meus avós faleceram eu me senti mal, triste, mas o que me abalou mais foi ver minha mãe sofrendo, e eu não poder fazer nada. Eu via ela chorando, sentindo uma dor que eu não me imagino sentindo, pois meus pais são tudo para mim e não me vejo sem eles.
Porque morte é isso, é perda, sem uma sessão de achados e perdidos.
Independente da crença de cada um, quase todas as pessoas acreditam que um dia encontrarão seus entes queridos que já partiram. E eu acredito que onde quer que eles estejam, eles estão sempre conosco, pois nossas lembranças são eternas.
Mas morte também pode ser renovação. Um choque desses pode mostrar que a vida é mais do que isso, e que todos os seus problemas (eu disse todos) tem solução. O stress, o cansaço, a rotina, tudo pode ser mudado e melhorado. E nessas horas você vê que não está tão estressado, nem tão cansado, e que sua vida até que é boa.
Vale a pena mesmo deixar que uma baboseira dita pelo seu chefe logo no começo da manhã estrague todo o seu dia? Claro que não, uma hora o expediente acaba e você só vai ter que aturá-lo no dia seguinte. Até lá você pode curtir a sua família, tomar uma ceva com os amigos e ter uma ótima noite de sono. O dia seguinte vai ser a mesma coisa? Não tem problema, pior é se ele te trouxer uma surpresa inesperada, daquela que não marca hora nem lugar, mas que muitas vezes começa com um ataque cardiáco.


todo esse papo me lembrou um texto muito tri do Pedro Bial - Morte

Valeu Vô João, um abração pro senhor, onde o senhor estiver. Aproveita e procura o Seu Jacinto e a Dona Amélia, e tomem aquele chimarrão.

Um comentário:

Greyce Malta disse...

Muito bom o texto, realmente um dia todos se vão, uns muito cedo, uns mais tarde, mas todos deixam muita saudade! Ah... e não é José, era João Inácio!